Pedro Silveira Borges analisa dinâmica da indústria da alimentação e bebidas
SÉRVULO NA IMPRENSA 01 Set 2025 in Eco | Advocatus
É nas prateleiras dos supermercados que se têm estado a fechar ‘supernegócios'. Marcas conhecidas, como a Pringles ou a Mars, veem-se envolvidas em aquisições de milhares de milhões de euros, que dinamizam o mercado internacional , mas poderão influenciar os cestos das compras dos consumidores. Compras de marcas de café e bebidas gaseificadas, separação de negócios de gelados e a fusão de marca de batatas fritas com os 'Snickers' movimentam milhares de milhões, mas deixam Bruxelas em alerta. Em entrevista ao ECO, Pedro Silveira Borges, Sócio do departamento Comercial e Societário da Sérvulo & Associados, destaca que, em Portugal, “o setor de alimentação e bebidas é, há vários anos, um dos mais dinâmicos da nossa economia, impulsionado por uma enorme aposta na inovação e na adaptação constante às tendências de consumo.”
Em Portugal, a indústria dos alimentos e bebidas até está em contraciclo com o resto do mercado transacional. Enquanto, o volume e o valor dos negócios têm estado a cair no cômputo geral, este setor demonstra uma evolução nos primeiros oito meses deste ano, segundo a informação preliminar da TTR Data até agosto. A estimativa é que o segmento de Food & Beverage Retail represente entre 1% a 2% (número de transações) e entre 0,1% e 1,5% (valor das transações) do M&A a nível nacional desde 2023.
“O setor de alimentação e bebidas é, há vários anos, um dos mais dinâmicos da nossa economia, impulsionado por uma enorme aposta na inovação e na adaptação constante às tendências de consumo. Apesar de, por vezes, não termos plena consciência desta realidade – por o associarmos a marcas tradicionais e empresas com uma forte posição consolidada no mercado – basta refletirmos um pouco sobre os nossos hábitos de consumo, para percebermos o quanto tem evoluído ”, afirma Pedro Silveira Borges. Impelidas pela necessidade de responder (e anteciparem-se) às preferências dos consumidores, cujas exigências nutricionais e estilo de vida se vão alterando , as marcas lançam gamas e produtos para públicos específicos (vegetarianos, vegan, celíacos, intolerantes à lactose…) ou opções consideradas mais saudáveis (biológico, orgânico…). Logo, alocam investimento para essa inovação, que pode ser feita em casa ou comprada aos concorrentes “Esta característica do mercado de alimentação e bebidas obriga as empresas a apostar fortemente na inovação interna, mas também a estar atento a novas tendências e produtos, o que, por sua vez, pode acabar por ditar aquisições de outras empresas que estejam a desenvolver produtos que façam sentido ser integrados no portefólio de grandes multinacionais”, explica o advogado.
“Se olharmos para o setor alimentar e bebidas, incluindo agricultura, os dados parecem apontar para um ligeiro decréscimo no primeiro semestre de 2025 ( mid-market na Europa), em número de operações, face a 2024, mas mantendo, contudo, níveis muito acima de 2023 e pré-pandemia”, detalha Pedro Silveira Borges. “Tudo indica que vamos continuar a assistir a mais desinvestimentos seletivos (carve-outs de negócios não- core ) e a aquisições estratégicas em marcas com forte capacidade de diferenciação . Este movimento é impulsionado, em parte, pela necessidade das empresas se focarem nos seus ativos mais rentáveis e alinhados com a sua visão de longo prazo. Acresce que o custo de capital tem vindo a estabilizar face a 2023–2024, o que tende a potenciar mais operações de fusão e aquisição e de maior escala”, conclui o sócio da Sérvulo & Associados.
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